Uma das coisas que mais me incomoda na sociedade moderna é o fato de as pessoas não se permitirem agir como realmente são. Explicando melhor: as pessoas tem medo de não serem aceitas socialmente por serem diferentes ou pensar de maneira antonym (antônimo de mainstream).
O processo de agirmos como indivíduos únicos que somos é duro, tão duro que preferimos investir todos os recursos disponíveis a fim de evitar encarar essa batalha difícil, que é de todos nós - sem exceção.
Por esse motivo gastamos tanto tempo investindo num egocentrismo que é autodestrutivo (percebam o paradoxo). Quando nos concentramos apenas na satisfação dos nossos desejos, na vitrine da nossa imagem pessoal (Facebook e Instagram são exemplos disso: o indivíduo precisa postar uma foto de qualquer momento "feliz" para mostrar pros outros o quão "feliz" ele é) ou no saciamento de todos os apetites, acabamos nos privando do prazer maior, que é descobrir quem de fato somos e viver de tal forma.
A farsa mais poderosa e traiçoeira do egocentrismo está na ilusão, por ele criada, de que estamos pensando em nós mesmos e encontrando uma satisfação inteiramente legítima e pessoal, quando na verdade estamos nos tornando prisioneiros dos outros, dos valores que estes nos impõem como verdadeiros! A riqueza maior do ser humano é justamente o fato de que ninguém é igual a ninguém.
O erro maior é cometido quando agimos conforme instintos que surgem das regiões mais tensas e sombrias do nosso ser, sem nos darmos conta de que isso pode nos afastar de um conhecimento mais profundo de nós mesmos (auto-reflexão é essencial para nosso eterno amadurecimento). O que a originalidade de cada um requer é que deixemos de lado o comodismo e os subterfúgios ilusórios para enfrentarmos audaciosamente as nossas fraquezas, o nosso vazio. Qualquer coisa que interfira nesse processo de auto-análise nos faz desviar nossos olhos de nós mesmos, levando-nos a admirar a imagem que gostamos de construir no espelho artificial do egocentrismo - alguém que não somos.
Quando conheço uma pessoa (e aposto que vocês também pensam assim), quero conhecer aquela pessoa de verdade, como ela é: seus gostos, jeito de falar, loucuras e manias, pois são essas características que a distinguem da "normalidade" e ninguém, ninguém mesmo é normal.
Por fim, finalizo essa reflexão com um poema do saudoso Paulo Leminski, grande cara que me inspira:
Fechamos o corpo
como quem fecha um livro
por já sabê-lo de cor.
Fechando o corpo
como quem fecha um livro
em língua desconhecida
e desconhecido o corpo
desconhecemos tudo.
Por fim, finalizo essa reflexão com um poema do saudoso Paulo Leminski, grande cara que me inspira:
Fechamos o corpo
como quem fecha um livro
por já sabê-lo de cor.
Fechando o corpo
como quem fecha um livro
em língua desconhecida
e desconhecido o corpo
desconhecemos tudo.
Infelizmente, você tem total razão. Temos medo doq fazemos pq já pensando noq o próximo irá pensar. Mas isso, nos mesmo criamos quando julgamos alguém por um atitude sem saber quais razões levaram aquilo. Para se ter uma ideia hoje julgamos alguém pela roupa que a pessoa usa ou pela quantidade de tatuagens que ela tem, como se isso fosse um medidor. O mais contraditorio é que todos dizemos, não existe formula para felicidade, nao existe o certo e o errado, mas mesmo assim vivemos colocando restriçoes em tudo. Imagina como a vida seria muito melhor se nada disso nos atrapalhasse?
ResponderExcluirO pior é que muitas vezes deixamos de arriscar/ ir em frente porque temos medo do que os outros vão falar, perdemos oportunidades por uma idiotice...
Leo, mandou mt bem! / Ponce
ResponderExcluirPrefiro ser louca num lugar onde gente normal fabrica bombas.
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